A Ordenança do Batismo

 Assunto: A Ordenança do Batismo

Texto Básico: Mateus 3:1-17.

 

Texto Áureo: “E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” (Mateus 3:6).

 

      Introdução

 

      “Se o batismo não é necessário para se alcançar a salvação, então para que ser batizado?” Esta pergunta é muito comum em nossos dias. Como infelizmente a Humanidade possui uma forte tendência para o extremismo, existem aqueles que afirmam que o batismo é essencial para a salvação, pois dizem ser por meio dele que se livra dos pecados e se lava a alma. Por outro lado, certos “evangélicos” caem no outro extremo ao afirmarem que o batismo não é essencial para a salvação e por isso é coisa indiferente, podendo muito bem ser dispensado. A verdade entretanto está entre estas duas posições, pois o batismo de fato não salva, mas é essencial para a obediência dos salvos!

 

      A . O Batismo é assunto importante

      Se o batismo não tivesse nenhuma importância para o crente, por que então o próprio Filho de Deus fez questão de ser batizado? Quando Jesus se apresentou a João o Batista, pedindo para ser batizado, João protestou dizendo: “Eu careço de ser batizado por ti, e vens tua a mim?” (Mat. 3:14), ao que Cristo lhe respondeu: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça!” (Mat. 3:15). Em outras palavras, era expressamente da vontade de Deus que Jesus fosse batizado por João. Fica evidente que o Pai se agradou, no fato de ao sair Jesus das águas, ter sido ouvida uma voz do Céu que dizia “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo” (Mat.3:17). Embora Jesus realmente não precisasse do batismo de arrependimento, pois era o imaculado Filho de Deus, mesmo assim submeteu-se ao batismo, deixando-nos exemplo e mostrando a necessidade do batismo.

      Outra prova da importância do batismo para o crente se encontra em Luc. 7:29 e 30, onde vemos que os “farizeus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido  batizados” por João o Batista. Eles rejeitaram o próprio plano de Deus ao não aceitarem a mensagem do arrependimento e o batismo que João oferecia. Toda pessoa que não se arrepender da sua postura básica de indiferença rebelde à Deus e não aceitar a Cristo como seu único e suficiente salvador, deixando também de pedir batismo numa verdadeira igreja de Jesus ( o batismo batista), estará caindo no mesmo erro e incorrendo na mesma condenação daqueles doutores da lei e farizeus.

 

      Certamente que a salvação não é pelo batismo e por isso mesmo a questão não se refere à salvação mas sim ao discipulado. Cristo “fez e batizou mais discípulos do que João” (João 4:1). O que é ser um discípulo, senão ser um crente obediente, imitador de Cristo? (I João 2:6)  Aceitar o batismo bíblico constitui prova da nossa obediência a Cristo. “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos” - João 14:15.

 

      B . O Batismo Bíblico

      Será  que qualquer batismo serve para o crente? Em que constitui afinal o autentico batismo bíblico? Certo pastor batista deu a seguinte sucinta definição: “O batismo bíblico é um ato declarativo, consistindo na imersão de um crente pala autoridade de uma igreja batista neotestamentária”. Notemos que esta definição destaca quais são as quatro condições dadas na Palavra de Deus para um batismo válido, reconhecido nos Céus:

  1. Candidato certo: um salvo, um crente em Jesus Cristo
  2. Modo correto: imersão total do corpo em água
  3. Finalidade correta: declarar publicamente que é um salvo pela fé em Jesus e ingressar numa igreja bíblica
  4.  

  1. Ministrante correto: uma pessoa devidamente autorizada por uma igreja batista neotestamentária
 

    Examinemos a seguir a base bíblica destas quatro condições.

  1. O Candidato para o batismo

     A questão de quem pode ser batizado é fundamental. Se errarmos aqui, mesmo com todo o restante certo, o batismo não será válido. Por exemplo, a Igreja Católica Grega continua batizando por imersão, observando portanto o modo certo, mas erram quanto ao candidato já que batizam bebezinhos!

      O Novo Testamento nos indica claramente quem pode ser candidato ao batismo. Consideremos primeiramente que o batismo ministrado pelo primeiro batista era chamado “de arrependimento” (Luc. 3:3; Mar. 1:4). João o Batista dizia ao povo: “E eu, na verdade, vos batizo com (em) água para (à vista de) o arrependimento” (Mat.3:8), exigindo que os candidatos ao batismo  primeiro “confessassem os seus pecados” publicamente (Mat. 3:6). Sua mensagem aos pecadores era: “Arrependei-vos” (Mat. 3:2). De fato ele exigia ver um coração e uma vida totalmente transformados antes do batismo (Luc. 3:7,8,10-14). Em outras palavras, ele só batizava pessoas já convertidas, já salvas através do arrependimento e fé no Cristo que estava para se manifestar (Atos 19:4).

     Em todo o Novo Testamento, encontra-se a mesma ordem: primeiro o arrependimento e a fé, e só depois o batismo. Examinado os Evangelhos descobrimos que Jesus “fazia e batizava mais discípulos do que João, ainda que Jesus mesmo não batizava mas sim os seus discípulos” (João 4:1,2). Observemos bem que primeiro “fazia discípulos” e só então os batizava. “Discípulo” significa aprendiz, aluno. Para ser um aluno, é lógico que precisa ter a capacidade de ouvir a mensagem, crer nela e estar disposto a obedece-la! Daí se conclui que Jesus batizava através da Sua igreja somente a pessoas de entendimento, excluindo automaticamente as criancinhas. Também fica evidente o engano da doutrina da salvação através do batismo (“salvação batismal”), pois as pessoas batizadas já eram discípulas, crentes e salvas antes de receberem o batismo.

     Ao dar a Grande Comissão para Sua Igreja, Jesus disse: “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mat.28:19). O termo “ensinai” não expressa bem o sentido da palavra no idioma original. A tradução “Revista e Atualizada” é mais correta, pois traduz assim: “fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,...” pois não batizamos “nações” e sim “discípulos” oriundos de todas as nações!

     Lembremos que o arrependimento e a fé são as únicas exigências ou requisitos para a salvação (Mat. 9:13; Mar. 1:15; 6:12; Luc. 13:3; João 3:16,18,36; 5:24; Atos 16:31; 17:30; 20:21; II Ped. 3:9). No arrependimento, o pecador volta-se do pecado e, pela fé, ele se volta para Deus. São dois lados da mesma experiência realizada em nossos corações pelo Espírito Santo quando ouvimos o Evangelho com entendimento (Atos 16:14). Em nenhum versículo da Bíblia encontramos “quem não for batizado está condenado”, mas sim “quem não crer será condenado” (Mar. 16:16), o que revela que o arrependimento e a fé é que trazem a salvação e não o batismo! Nenhum ato ou obra (batismo, boas obras, rezas, caridade, beneficência etc) pode nos trazer a salvação pois, sendo nós pecadores, somente pela confiança na obra consumada por Cristo no Calvário é que alcançamos a nossa tão almejada salvação (“Pela graça sois salvos, por meio da fé... não vem pelas obras” – Efésios 2:8,9). Não caiamos na blasfêmia de querer acrescentar alguma coisa nossa à obra meritória de Cristo!

 

     No livro de Atos, somente “homens e mulheres” que se arrependeram dos seus pecados e creram em Cristo, é que foram aceitos pelos apóstolos como candidatos ao batismo (Atos 2:38, 41; 4:4; 5:14; 6:7; 8:12,13,36,37; 16:30-34; 17:11,12; 18:8; 19:12). O fato de casas inteiras se converterem e se batizarem não dá base bíblica para o batismo infantil. Por exemplo no caso do carcereiro de Filipos, que foi batizado juntamente com toda a sua casa,  está escrito que primeiro os  apóstolos “lhe pregaram a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa” (Atos 16:32). Como poderiam pregar para bebezinhos? Tornasse então impossível que naquela casa houvesse criancinhas que tenham sido batizadas juntamente com os adultos! O mesmo pode se dizer dos outros casos bíblicos de “salvação em família”.

 

     O “batismo infantil” surgiu no terceiro século depois de Cristo e foi resultado de outro desvio doutrinário anterior, o de que o batismo tem o poder de lavar o pecador dos seus pecados. Argumentava-se que, se o batismo salva, seria bom batizar a pessoa bem cedo na vida, ainda bebezinho. Surgiu a superstição de que as criancinhas que morressem sem batismo iriam para o inferno ou para um lugar menos rigoroso chamado “limbo”. Mas tudo isso se revela falso e se desfaz quando observamos a doutrina primitiva  e apostólica estudada nesta lição.

    Questionário da lição 24

     1. Por que motivo Jesus Cristo foi batizado?

     2.Quais são as quatro condições bíblicas para o batismo válido para Deus?

     3.Se o batismo não salva, para que o crente deve batizar-se?

     4.Quais são os dois requisitos bíblicos para se obter a salvação?

     5.Como podemos provar pelo livro de Atos que as criancinhas não eram batizadas pelos apóstolos?