A música na Igreja

 Assunto: A música na Igreja

Texto Básico: Efésios 5:18 a 20

 

Texto Áureo: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos, e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” (Col. 3:16).

 

      Introdução

      O cristianismo tem sido chamado de “a religião do Cântico”. O povo de Deus é o único que pode com razão cantar louvores a Deus do fundo do coração. Um pastor disse: “Os melhores dias da igreja foram aqueles em que os crentes cantavam bastante!”. Pode-se dizer que um dos sinais de uma igreja bem avivada é o fervor com que louva a Deus com hinos e cânticos. Os crentes do Novo Testamento sabiam cantar mesmo nos momentos de perseguição (Atos 16:25). Em nosso texto o apóstolo nos exorta a cantar e edificar uns aos outros através dos hinos. Tiago recomenda o cântico como meio de externar a nossa alegria no Senhor (Tiago 5:13).

  1. O canto no culto

     A expressão “uns aos outros” em Col. 3:16 dá margem a vários tipos de canto na igreja. Podemos cantar uns aos outros com solos, duetos, trios, conjuntos, corais ou ainda por meio do canto congregacional. Podem participar dos louvores até mesmo pessoas sem grandes dotes musicais e todos os crentes ficam bastante satisfeitos quando têm oportunidade de “cantar alegremente a Deus, nossa fortaleza” (Sal. 81:1; 95:1). Por isso creio que é errado uma igreja sufocar quase totalmente o canto congregacional a favor do canto “especial”. Por outro lado, considero uma posição extremista a de excluir quaisquer “números especiais” em forma de solos, duetos, conjuntos etc. Tudo o que é bom está sujeito ao exagero! O ideal parece ser bastante canto congregacional com alguns números especiais, pelo menos nos cultos normais da igreja. Um cântico especial bem apresentado por elementos espirituais da igreja, sem dúvida ajuda a preparar os corações dos ouvintes para a mensagem que será pregada a seguir. Veremos adiante que a espiritualidade, os intentos de coração e o bom gosto influem muito no efeito que a música cantada poderá ter durante um culto.

  1. O uso dos instrumentos musicais

     Nesta questão também existem posições extremadas. Existe uma seita que ensina ser antibiblico o uso de instrumentos musicais. Por outro lado, existem conjuntos que tocam música moderna e “rock” nas igrejas. Os que proíbem o uso de instrumentos se baseiam no fato deles serem usados pelo mundo para a música carnal. Mas isso não vem ao caso, visto que também muitos outros objetos admitem tanto o uso sacro como o profano. Um carro, por exemplo, pode ser usado para a glória de Deus ou simplesmente para a gratificação dos desejos carnais. Na verdade, tudo que é bom pode ser pervertido.

     Na Bíblia se encontram freqüentemente alusões ao uso de instrumentos, tanto no Velho como no Novo Testamento. A expressão “cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” de Ef.5:19, deveria ser mais corretamente traduzida como “cantando, acompanhados por instrumentos de cordas, com vosso coração, ao Senhor”. A própria palavra “salmo” significa “cântico acompanhado de harpa” (ou instrumento de cordas). No Velho Testamento encontramos orquestras inteiras acompanhando grandes conjuntos corais de levitas e sacerdotes (II Sam. 6:5; I Crôn.25:1-3,5-7) e até um coral e conjunto musical de quatro mil cantores e músicos (I Cron.23:5; II Cron.5:12,13; 29:25-30). Há muitos outros textos que registram a existência de corais e orquestras.

     Alguns dos instrumentos mencionados na Bíblia são: a) Trombeta, instrumento de sopro feito de chifre de carneiro; b) saltério, uma harpa de dez cordas; c) harpa, uma espécie de guitarra; d) tamborim; e) órgão, um instrumento de sopro dotado de vários tubos ou canos (o ancestral da harmônica e do órgão moderno); f) cimbalos. Além destes mencionados no Salmo 150:3-5, encontramos também o clarim, uma espécie de trombeta de metal com som estridente (II Cron. 29:26). Verificamos então que havia instrumentos de sopro, de percussão e de cordas. Praticamente não existe um único instrumento musical que não sirva para adorar a Deus, mas é significativo repararmos que Deus não autorizou o uso da flauta, instrumento muito usado pelos israelitas (Luc. 7:32), deixando implícito que nem tudo é adequado ou aceito para o louvor!

  1. Como decidir que música que deve ser usada no culto

     Como já mencionamos, há muitos abusos no uso da música e dos instrumentos em nossos dias. Para determinarmos o que convém aos cultos, deveremos considerar o seguinte:

     1) Como são tocados os instrumentos? Se o instrumento é tocado de modo a distrair os ouvintes para a mensagem da música, então não está sendo tocado de um modo edificante. Barulho em si não é música!!!

     2) Como é o ritmo da música? Se o ritmo predomina, a mente não pode captar o sentido da mensagem. Isso exclui, por exemplo, o uso de toda música com tendência para o ritmo de “rock”. A música popular e a música espiritual são bem diferentes uma da outra! Lembre-se que a música na igreja tem por finalidade comunicar uma mensagem, não sendo, portanto, apenas um meio de divertimento ou apresentação teatral.

     3) A letra da música é bíblica? Existem “cânticos” cujas letras que ensinam a salvação pelas obras, enquanto outros exaltam ao homem em vez do Criador. Mesmo em nosso Cantor Cristão encontramos “cânticos” ensinando erros doutrinários, os quais nós os batistas não deveremos cantar pois estaríamos “pregando” o erro através da música. Cuidado para não cantarmos mentiras e heresias!!!

     4) A apresentação traz glória a Deus ou ao Homem? Tudo que fizermos deverá glorificar a Deus (I Cor.10:31). Não há lugar para a exibição da carne no serviço do Senhor! (I Cor. 1:30,31). Precisamos “brilhar” para o Senhor (Mat. 5:16), mas há um modo de apontar a luz em direção dos olhos que acaba ofuscando a vista! Existem grupos e cantores religiosos que parecem apresentar-se a si próprios em vez de apresentar a Cristo!

     5) O louvor sai do nosso coração? Novamente leiamos os textos de Ef.5:19 e Col. 3:16,17,23. Tudo que fizermos deverá sair do fundo dos nossos corações! Música cantada ou tocada mecanicamente não sobe a Deus como “incenso suave”! Sejamos sinceros ao cantarmos a letra dos hinos. Se por exemplo cantarmos “Tudo entregarei” e estivermos ao mesmo tempo fechando nossos corações a Deus, certamente não estaremos sendo honestos para com Ele. Cuidado para não mentirmos cantando!!!

     Questionário da lição 21

  1. Quais são algumas maneiras como podemos cantar “uns aos outros”?
  2. Qual o valor ou a contribuição para o culto obtida através de um número musical especial bem apresentado por irmãos espirituais?
  3. O que significa a palavra “salmo”?
  4. Quais são as “regras” pelas quais podemos saber se uma música ou um certo instrumento  podem ser usados num culto?