O Diácono (continuação)

 Assunto: O Diácono (continuação)

Texto Básico: I Tim. 3:8-13

Texto Áureo: “E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.” (I Tim. 3:10).

 

Introdução

     Na última lição estudamos a importância do diaconato e os deveres do diácono que, resumidamente são os seguintes: 1) Ser ajudante do Pastor. Na realidade, ao dar um Diácono para a igreja, Deus deu mais uma mão ao Pastor! Isso não significa que o pastor “manda” no diácono, mas apenas que confia nele e conta com a sua estreita colaboração voluntária. 2) Promover a paz e a união da igreja. Vimos com os sete primeiros diáconos resolveram eficazmente a “rixa” que havia surgido por causa da “ministração diária” (Atos 6). Que Deus levante entre nós hoje em dia diáconos para ajudar a manter a paz e a harmonia no corpo da igreja, em vez de encabeçar partidos facciosos!!! 3) Promover o bem-estar de cada um dos membros. Aqueles sete diáconos puderam atender as necessidades de todos, não deixando que ninguém ficasse esquecido. Assim também o diácono deverá ajudar o pastor a se inteirar da situação de cada um dos membros, atendendo a necessidades que o pastor muitas vezes não teria tempo nem energias para resolver. 4) Promover um testemunho mais poderoso da igreja. Na primeira igreja ocorreu um crescimento geral da obra em decorrência da cooperação dos primeiros diáconos (Atos 6:7). A seguir, consideremos:

 

      A. As qualidades do candidato ao diaconato

      Não se pode esperar perfeição nem dos pastores e nem dos diáconos, pois sendo seres humanos certamente apresentarão defeitos e falhas. No entanto, exige-se deles certas qualidades de caráter e de capacidade para que tenham um bom desempenho dos seus ministérios. As qualificações para o diaconato se encontram listadas em Atos 6:3, 5 e I Tim. 3:8-13. Examinemos algumas delas.

 

  1. Varões de boa reputação” (Atos 6:3) e “irrepreensíveis” (I Tim. 3:10). A primeira expressão significa “de bom testemunho”. Como no caso do pastorado, o diaconato é uma posição de liderança e por isso torna-se indispensável que os de fora tenham boas coisas a dizer a respeito deles. Independente do que ele diz de si mesmo, qual é a sua reputação entre os incrédulos?
  2. Cheios do Espírito Santo” (Atos 6:3). Apesar de serem indicados para lidarem com os problemas materiais da igreja, os diáconos precisam ser homens de certa espiritualidade e que saibam encarar os negócios da igreja de uma maneira espiritual. É imprescindível, por exemplo, que os diáconos compreendam que o dinheiro consagrado à Obra do Senhor deixou de ser “simples dinheiro” e passou a ser sagrado. Ademais, eles precisam ser ganhadores de almas como os primeiros diáconos Estevão e Filipe, o que exige que tenham o poder do Espírito Santo!!  (Atos 6:8,10; 8:5,6)
  3. Cheios de sabedoria” (Atos 6:3). Como o diácono vai lidar com os assuntos financeiros da igreja, recomenda-se que tenha alguma noção de negócios. Ele realmente lucrará no diaconato se tiver certa experiência como “homem de negócios”. No entanto, a “sabedoria” exigida aqui vai muito além de um mero tino comercial, pois é necessária sabedoria espiritual para saber tomar sábias decisões na administração diaconal. Também não estamos nos referindo a “cultura”, mas sim àquela sabedoria que “vem do alto” (Tito 1:5).
  4. Cheios de fé” (Atos 6:5,8). A fé alcança grandes coisas de Deus e o diácono tem que ter um espírito otimista de fé e confiança no poder de Deus para que venha a trabalhar e realizar grandes empreendimentos. Não devemos então colocar no diaconato homens de espírito mesquinho, que tenham medo do fracasso e que passem a maior parte do tempo “com o pé no freio”, impedindo o progresso da igreja. Infelizmente muitos pastores têm sido impedidos de liderarem suas igrejas na realização de planos bons e necessários, por causa de maus diáconos, diáconos do tipo “bule”, ou seja, “de pouca fé”. Por outro lado, que benção têm sido aqueles diáconos de visão, que estimulam e incentivam suas igrejas e seus pastores a se empenharem no progresso da Obra!
  5. Guardando a mistério da fé” (I Tim.3:9). Existe “fé” e “a fé” (Judas 3). Esta última se refere às doutrinas fundamentais entregues por Cristo e pelos apóstolos às igrejas para as conservarem, defenderem e praticar até a Sua segunda vinda. O diácono terá que conhecer bem estas doutrinas e saber por que ele é um batista! Ái do pastor com diáconos que não saibam ajuda-lo a “batalhar pela fé que uma vez (por todas) foi dada aos santos”, à Igreja!!! Algumas igrejas batistas já se desviaram das doutrinas que nos distingue como batistas, justamente por terem lideranças fracas em doutrina. O interrogatório que acompanha a consagração dos diáconos revelará se são doutrinariamente firmes ou não, mas a igreja já deve tê-los examinado e se certificado da firmeza doutrinaria deles bem antes da cerimônia de consagração, na verdade antes até de tomarem a decisão de consagrá-los.

 
 
 

  1. Não de língua dobre” (I Tim.3:8). “Dobre” significa “dupla”, no sentido de dizer algo para alguém e dizer algo diferente para outrem, sobre a mesma questão. Faz alusão também ao erro de falar de diferentes modos e tons para pessoas diversas, ocultando informes para alguns e revelando-os a outros. O diácono deve manter total honestidade e franqueza ao tratar com todos. Isto significa que precisa ser um homem sincero e de convicção, não podendo ser de jeito nenhum uma pessoa fingida e hipócrita!
  2. Não cobiçosos de torpe ganância” (I Tim. 3:8). Essa expressão se refere a uma pessoa que faz negócios desonestos, enganando aos outros para ganhar dinheiro. Ele precisa entender de negócios, mas não ser um “negociante esperto”.
  3. Sejam primeiro provados” (I Tim. 310). “Provado” quer dizer “experimentado, testado”. Como no caso do pastor, que não pode ser “neófito” (I Tim.3:6), assim também é interessante para a igreja escolher uma pessoa que já tenha algum tempo e experiência na Obra, não se precipitando a consagrar um individuo só por ele desfrutar de grande simpatia no meio da irmandade. E certamente não se deve consagrar um irmão “manquitola” (instável) para um cargo de tamanha responsabilidade só para “ver se dando um cargo, quem sabe ele não fica mais firme”!
  4. Que governem bem a seus filhos e suas próprias casas” (I Tim.3:12). Semelhantemente ao pastor (I Tim.3:4,5), o diácono tem que dar exemplo para os demais irmãos no que diz respeito à sua vida íntima, devendo sua casa estar em ordem. “As mulheres” mencionadas no vers.11 muito provavelmente se referem às esposas dos pastores e diáconos, pois o sucesso deles no ministério muito dependerá da qualidade e cooperação das suas companheiras. Se a esposa do diácono não apóia-lo em seu diaconato, ele não será bem sucedido e por isso a igreja deverá levar seriamente em conta este fator quando cogitar na consagração de alguém. O serviço diaconal toma muito do tempo que dariam para suas famílias, pois eles têm que lutar pela vida como os demais irmãos e ainda dedicar bastante tempo para servir à igreja. Por isso eles precisam de esposas compreensivas, de igual nível de dedicação à Obra. Elas precisam ser “honestas, não maldizentes, sóbrias e fieis em tudo”, pois ficarão sabendo praticamente de todos os assuntos da igreja e problemas dos irmãos, tendo por isso a tentação de criticar e maldizer. As esposas dos nossos pastores e diáconos precisam aprender a “morder suas línguas” e não falarem coisas que podem prejudicar o ministério dos seus maridos!

 

      D. Qual a quantidade ideal de diáconos?

      A primeira igreja consagrou sete de uma vez, mas isso não significa que outra determinada igreja tenha que ter esse mesmo número ou que não possa ter mais que sete diáconos.

      Depende do caso e varia de acordo com o tamanho e as necessidades de cada igreja. O pastor e a igreja poderão determinar muito bem o número necessário de diáconos através da observação e de oração. Nunca se deve escolher alguns irmãos ao diaconato só para “ter diáconos na igreja”. Se não se apresentarem homens qualificados, deve se esperar até que Deus os levante!!

 

      E. Os deveres da igreja para com o diácono

      A igreja tem uma dívida de amor, respeito e cooperação para com o diácono. Afinal, para que ter um diácono se não se pretende cooperar com ele na realização da obra? A igreja deverá prestigiar o diácono, mantendo-o a par da situação dos membros, cooperar com ele na obra da construção de templo, responder prontamente aos seus apelos para contribuirmos tanto para as despesas normais da igreja como nas situações extraordinárias (campanhas, socorro a irmãos necessitados etc).

 

      F. As compensações do diaconato

      Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição, e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (I Tim.3:13). Esta passagem se refere não a uma eventual “promoção” ao pastorado, mas sim a conquista de uma posição de grande estima entre os membros da igreja já que com o tempo, através do fiel serviço no diaconato ele conquistará a confiança e o respeito de toda a igreja. A “muita confiança na fé” que ele adquire, está representada aquela coragem e ousadia com que o diácono Estevão testemunhou diante dos incrédulos, com tamanha intrepidez que “eles não podiam resistir à sabedoria e ao espírito com que falava” (Atos 6:10). Quem não gostaria de receber um galardão igual ao de Estevão? Tal coroa de gloria será dada a todo diácono que também for “fiel até a morte”!

    Questionário da lição 37.

  1. Explique o que quer dizer “varões de boa reputação”
  2. Por que o diácono precisa tão especialmente de sabedoria?
  3. Por que não se deve eleger irmãos mesquinhos para o diaconato?
  4. Como devem ser as esposas dos diáconos?
  5. Quais são as recompensas de um diaconato fiel?