O culto da Igreja

 Assunto: O culto da Igreja

Texto Básico: I Corintios 14:1-40

 

Texto Áureo: “Mas, se tardar, para que saibais como convém andar na casa de Deus, que é a igreja de Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (I Timóteo 3:15).

 

      Introdução

 

      Qual é a verdadeira finalidade de um culto? Para que se ajuntam os crentes? Para muitos é apenas um ajuntamento social no qual é  possível encontrar-se e conversar com amigos. Para outros é um meio de diversão. É claro que um culto bem espiritual serve para o crente espiritual de “divertimento”, uma fonte de alegria e conforto. Mas o culto não pode ser um divertimento carnal do qual até um descrente possa participar com o mesmo gosto e entusiasmo que o crente. Examinemos então esta questão:

 

      A – A Finalidade Bíblica do Culto

     1) Um culto bíblico é um culto de louvor. Reunimo-nos primeiramente para adorarmos e cultuarmos ao nosso Deus. É isso que visamos fazer através dos cânticos, das orações, das pregações, da celebração das ordenanças (o Batismo e a Ceia) e das contribuições (Salmos 100:2,4,5; Hebreus13:15,16). Quando Deus mandou Salomão construir o grande templo de Jerusalém, Ele disse: “Porque agora escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente” (II Crônicas 7:15, 16). Cristo está presente nos nossos cultos (Mateus 18:20; Apocalipse 1:12,13; 2:1,2). Tudo que se passa durante um culto deverá fazer com que a presença de Deus seja plenamente manifestada a todos os participantes, inclusive os visitantes (I Coríntios 14:25).

      2) Conforme o texto básico, o culto também deve ter por finalidade a evangelização dos incrédulos. O culto de domingo à noite tem principalmente esse objetivo. Quando tudo que se passa durante o culto, os hinos, as orações, a pregação etc, for realizado no poder do Espírito Santo e para a glória de Deus, os descrentes se sentirão convictos dos seus pecados e muitas vezes se converterão (I Coríntios 14:24-25). É por isso que Paulo adverte contra o abuso do dom de línguas em Corinto, pois servia de escândalo para os descrentes em vez de servir de incentivo para a conversão deles (I Corintios 14:22,23).

 

      3) Ainda conforme nosso texto básico, o culto também visa a edificação, a exortação, e a consolação dos crentes (I Coríntios 14:3). Notem quantas vezes o apóstolo manda que façamos tudo no culto para a edificação geral dos crentes: I Coríntios 14:3-6,12,17,26. Em resumo, ele diz no versículo 26: “Faça-se tudo para edificação.”, estabelecendo isto como um princípio básico que deve ser sempre respeitado. Deveremos sempre fazer esta pergunta-teste para tudo o que quisermos fazer num culto: “Será que isto vai servir para edificar os irmãos?” Isso eliminaria muita coisa que se faz por aí nos cultos das igrejas evangélicas, coisas realizadas para o engrandecimento da carne, por meio de exibição ou para a satisfação da carne através de diversões. Além disso, freqüentemente perde-se muito tempo valioso em coisas que não tem valor nenhum, como por exemplo intermináveis relatórios etc.

 

      B – Princípios fundamentais que regem o Culto

 

      Partindo do princípio bíblico de que “tudo se faça para edificação”, examinemos mais algumas regras bíblicas a respeito. Convém destacar aqui que há muita liberdade para a participação num culto sem violar os princípios bíblicos. Paulo afirma que nem todo membro tem a mesma função no corpo (I Cor. 12:12-31) e que Deus se agrada dessa participação variada. Deus chama alguns para pregar, outros para cantar, outros para ensinar e dentro dos princípios que vamos agora examinar, o dom de cada um deverá ser usado para o bem coletivo da igreja (I Coríntios 12:7; I Pedro 4:10,11). Paulo não proibia o uso do dom de línguas que existia em sua época, mas sim ensinou acontrolar o seu uso para que a igreja pudesse receber edificação (I Corintios 14:27,28,39,40). Não queremos, portanto impedir o ministério de quem quer que seja, mas orientar para que seja útil ao corpo todo!

 

1)ORDEM. “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (I Coríntios 14:40). Já na época de Paulo houve a necessidade de exortar a igreja de Corinto para que realizasse seus cultos com ordem. Lá ocorriam desordens nos cultos e anarquia no uso de vários dons do Espírito Santo. Paulo limita a participação dos profetas e de outros irmãos com dons, dizendo que só dois ou três poderiam falar durante um culto (I Coríntios 14:26,27,29-33). As orações tinham que ser ordeiras para que os irmãos falassem “amém” sabendo o que é que estavam apoiando! (versículos 15-17). A música e o canto tinham que ser feitos também com ordem e para a edificação (versículos 15, 26). Em suma, Paulo estabelece o princípio de que nada deve fugir da ordem.

      Será que a falta de pontualidade nos cultos deve ser considerada falta de ordem? Creio que sim. Também o culto deve ter horário para terminar! Naturalmente que é preciso deixar lugar para a operação do Espírito Santo no caso de conversões, mas de modo geral o respeito a um horário é sinal de boa ordem.

      Faço também as seguintes recomendações:

     a) O irmão que estiver na frente do trabalho não deve “pregar de novo” ou “repisar” a pregação já feita. O pregador é quem tinha a responsabilidade de entregar o recado de Deus. Deveremos deixar a mensagem no coração dos ouvintes sem mais comentários!

      b) O regente dos cânticos não deve fazer várias “pregaçõezinhas”, pois a pregação tem seu lugar e os cânticos outro! Deixem que os corações dos irmãos sejam preparados pelos cânticos para receberem a mensagem da pregação que virá depois!

      c) Não deve ocorrer um excesso de números especiais (solos, duetos, trios, conjuntos, coral) em detrimento dos cânticos congregacionais. Lembremos que um pouco de doce é bom, mas muito doce enjoa!

 

      d) As crianças devem ser ensinadas pelos pais a respeitar o lugar e a hora do culto, não devendo ser permitida a liberdade de se movimentarem ou de perturbarem a ordem do culto de qualquer outra forma, pois produzem tanta distração aos ouvintes a ponto de prejudicar a obra do Espírito Santo em seus corações. Os pequeninos devem ser treinados a ficarem quietinhos ao lado dos seus pais. Tanto elas como os jovens devem respeitar a casa de Deus, não mastigando chicletes, chupando balas, conversando, trocando bilhetinhos ou “namorando” durante o culto!

 

      2) MOTIVAÇÃO“Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus”. (I Coríntios 10:31). Nada deverá ser feito para exibição. “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Filipenses 2:3). Ninguém deverá apenas “representar” perante a igreja: a participação num culto, por palavra ou música, deve ser encarada como um assunto muito sério e considerada bastante sagrada! Não deveremos nunca “brincar” de igreja ou encarar o culto como apenas um “programa”. Notemos as seguintes recomendações bíblicas.

     a)Cuidado com “fogo estranho”. Os filhos de Arão ofereceram a Deus fogo estranho em seus incensórios e por isso foram mortos na hora (Levítico 10:1-3). O que eles fizeram representa oferecer um culto não espiritual. Toda pessoa que tomar a frente num culto tem que ser um crente verdadeiro. Incrédulos ou pessoas que se dizem crentes, mas não querem assumir responsabilidade de membros, de forma alguma deverão participar ativamente dos cultos, como, por exemplo, tomando a palavra, cantando números especiais, ensinando classes, tocando instrumentos etc. Isso seria oferecer a Deus “fogo estranho”! Os crentes não devem se enganar, imaginando que assim poderão “ganhar” tais pessoas para a sua igreja! Os descrentes não têm direito de desfrutarem destes privilégios na igreja antes de se converterem, serem batizados e assumirem plena responsabilidade como membros!

     Da mesma forma, crentes de testemunho duvidoso também não deverão tomar a frente nos cultos. Somente irmãos conhecidos da igreja e que se mostram dedicados, consagrados e com suas vidas em ordem é que deverão dirigir os cultos. Imagine o que pensará da igreja um visitante que deparar com um crente carnal dirigindo alguma parte do culto! Para cantar, pregar, ensinar ou ter qualquer “cargo” na igreja, o crente tem que ser espiritual e dar bom testemunho com a vida! Não basta ser dizimista, falante, desinibido ou mesmo conhecedor profundo das Escrituras. Para a sua participação ser aceita por Deus como “cheiro suave” subindo do altar, ele tem que pregar a Palavra com a vida!

      b) Os crentes e os visitantes devem comparecer aos cultos sem serem motivados pelo desejo de ganhar algum “prêmio”. Creio eu que não é recomendável empregar qualquer tipo de concurso, jogos, presentinhos (mesmo para as criancinhas) ou prêmios para aumentar a freqüência da igreja. Soube de uma igreja nos Estados Unidos que dava até gravadores cassetes para quem trouxesse mais visitantes aos cultos, e assim conseguiram trazer mais de 10 mil pessoas! Mas as multidões assim atraídas não permanecem se não forem divertidas com programas sempre variados!

 

      c) As atividades sociais da igreja devem sempre promover o desenvolvimento espiritual dos membros. Algumas igrejas recorrem a um programa social muito variado para divertir os membros e conservar o interesse deles, organizando, por exemplo, excursões, pique-niques, festas e oferecendo teatro, esportes, brincadeiras etc. Mesmo os retiros destinados a enriquecer a vida espiritual dos membros muitas vezes resultam no contrário. A vida social dos membros deve ser sempre sadia e ter como objetivo permanente obedecer a este princípio: “Faça-se tudo para edificação!”

 

      Questionário da lição 20

    1)  Qual é  a primeira e mais importante finalidade de um culto? Dê alguns versículos para provar a sua resposta.

    2)  Qual é  a segunda?

    3)  Qual a terceira?

    4)  Cite pelos menos três recomendações dadas na apostila sobre a ordem do culto.

    5)  Por que seria antibíblico cantar no Coral algum descrente ou um crente que não quer fazer parte da igreja?

    6)  Por que não se deve realizar concursos ou dar prêmios para atrair pessoas à igreja?