A chamada divina para a obra (continuação)2

 Assunto: A chamada divina para a obra (continuação)

Texto Básico: Jeremias 20:7-13.

 

Texto Áureo: “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.” (I Tim.3:1)

 

    Introdução

      Em nosso texto áureo, destacamos a palavra “obra”, que quer dizer trabalho. Quem deseja a obra do ministério pastoral realmente está almejando um trabalho árduo!

  1. Como reconhecer o chamado de Deus?

     Na lição anterior, contamos do caso de um irmão que confiou em uma “visão” para a sua chamada. Será que Deus realmente se comunica hoje em dia desta maneira? Cremos que as visões e “revelações” pertenceram exclusivamente à época em que Deus inspirava a homens como profetas e apóstolos e que Ele não mais opera desta maneira. Afinal, dispomos de uma Bíblia completa, acompanhada pela iluminação do Espirito Santo, com que Deus nos orienta (I Cor.13:8-13: II Tim3:16-17).

      Como poderá então um irmão saber se está sendo realmente chamado para o pastorado? Deus coloca no chamado por Ele um “fogo ardente”, ou seja, um desejo intenso de pregar a mensagem e cuidar dos crentes (Jer.20:9). Em nosso texto áureo, no original grego há duas palavras diferentes traduzidas como “desejar”. A primeira significa “aspirar por”, enquanto que a segunda significa “apaixonar-se por”. São palavras fortes que deixam a impressão de que aquele que está sendo chamado para a obra se sentirá impulsionado de tal maneira que não achará satisfação em nenhum outro serviço.

      O simples dom de falar bem ou a falta de inibição ao falar em público nem sempre é um indicio seguro do chamado divino. Alguns elementos são verdadeiros “supervendedores”, sabendo convencer pelo simples dom da persuasão, mas isto não garante que Deus os tenha chamado para a Sua obra. Eu mesmo conheci um homem que antes da sua “conversão” era um excepcional vendedor, daqueles que conseguem vender qualquer coisa. Algum tempo depois de ingressar numa igreja, anunciou sua decisão de ingressar no pastorado. Ele sabia usar até de lagrimas falsas para excitar as emoções dos ouvintes e conseguia levar muita gente a “converter-se”. Atualmente esse elemento encontra-se excluído, levando uma vida muito devassa e ainda dizendo ser uma espécie de “profeta”!

     B – O ministério é assunto sério

     Ninguém deverá entrar na Obra só por influência. Conheço uma igreja batista onde durante vinte anos uns 80 irmãos saíram de lá pregando o Evangelho, muitos deles no pastorado em diversos lugares dos Estados Unidos. Nessa igreja havia um certo diácono muito consagrado, que o pastor notou que andava meio triste, com uma certa preocupação já há algum tempo. Por isso o pastor começou a orar por esse diácono para que Deus o ajudasse a resolver o seu problema íntimo. Algum tempo depois, esse irmão chegou na igreja todo sorridente e no final do culto levantou-se e disse: “Irmãos, eu andei durante algum tempo muito preocupado, pensando que talvez o Senhor estivesse me querendo para a obra do ministério. Mas  depois de muita oração compreendi que Ele não me quer para isso, mas sim que eu seja o melhor diácono possível. Por isso agora estou feliz e aliviado!”. Cada um de nós deve desempenhar a sua função na igreja, seja ela qual for, da melhor maneira possível, deixando que os demais irmãos cuidem das deles!

     Também não pense em entrar na Obra “só por brincadeira”. Os verdadeiramente chamados reconhecem o peso da responsabilidade e geralmente são relutantes a se apresentarem, temendo se precipitarem. Assim ocorreu com Moisés, Jonas, Jeremias etc.

     O irmão chamado deverá anunciar publicamente o seu sentimento e chamada e a sua igreja deverá reconhecê-lo como candidato ao pastorado, dando oportunidade para exercitar-se, observando-o para ver se tem realmente a capacidade e as qualificações para a obra (I Tim.3). O irmão chamado deverá dispor-se a estudar e preparar-se o melhor possível (I Tim.4:15-16).

     C – O púlpito é lugar de muita responsabilidade

     O púlpito deverá ser ocupado por aqueles que são divinamente chamados para a Obra. Os candidatos ao pastorado devem pregar principalmente nos cultos externos, deixando de modo geral os cultos normais da igreja para os irmãos mais experientes. Também não devem se meter a “pastorear” e nem tocar do púlpito nos problemas internos da igreja, pois esses assuntos são da alçada do pastor, que é quem tem a responsabilidade pelas ovelhas (Atos 20:28). Também não devem usar o púlpito para atacar a outro irmão e nem para ventilar problemas domésticos, nunca pregando para uma só pessoa, seja ela esposa, filho ou irmão.

     É aconselhável e ditado pela própria ética ministerial que o pregador – ou mesmo um pastor visitante – não “mexa” nos problemas internos da igreja, a não ser que seus conselhos sejam solicitados pelo pastor local. Um conselho de fora, dado em momento inoportuno, poderá até fazer com que se piore a situação!

 

     Tenha sempre o cuidado de que o assunto das suas pregações seja Jesus Cristo (II Cor.4:5). Se escolher falar de si próprio, seu auditório logo se cansará! Deus chamou aos Seus servos para proclamarem ao povo a pessoa e a obra de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador!!! Portanto, irmão pregador, seja fiel à sua vocação!

 

     Questionário da lição 32

  1. Deus atualmente continua revelando a sua chamada ao ministério através de visões e revelações?
  2. Na sua opinião, qual é a maior prova de que Deus realmente o chamou para a Sua obra?
  3. A simples facilidade de falar em público constitui uma prova da chamada?
  4. Por que vários servos de Deus relutaram em aceitar a chamada de Deus?
  5. Quem deve observar se um candidato ao ministério tem capacidade e se é realmente chamado?