O Pastor (continuação)3

 Assunto: O Pastor (continuação)

Texto Básico: I Tim. 3:1-7; Tito 1:5-9.

Texto Áureo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (II Tim.2:15).

Introdução

      Para qualquer tarefa ou profissão exige-se treino, preparo e experiência. Não são menos necessárias essas coisas para aqueles que vão representar Cristo perante o povo. Deus escolheu em diversas épocas vários elementos para o Seu serviço e os preparou de várias maneiras. Moisés, por exemplo, teve que ficar quarenta anos apascentando as ovelhas do seu sogro. José passou diversos anos na humilhação, antes de subir à posição exaltada no Egito, pela qual cumpriu o propósito de Deus para o Seu povo. João o Batista, passou muitos anos em preparo no deserto para apenas um ano de serviço! O apóstolo Paulo passou três anos, também no deserto, sendo diretamente instruído por Deus. Os demais apóstolos foram ensinados durante três anos e meio pelo próprio Senhor Jesus! Que o candidato ao ministério não imagine que possa entrar em tão grande obra sem ser primeiro preparado!

      C. As qualidades do candidato ao pastorado

      Em I Tim. 3:1-7, o apostolo Paulo indica dezesseis qualidades necessárias ao aspirante ao pastorado e em sua carta a Tito (1:5-9), ele relacionou quinze exigências, várias delas em comum nas duas listas.

      A palavra “convém” encontrada em I Tim. 3:2, deveria ser mais bem traduzida “É necessário que...” porque não se trata de uma mera recomendação, mas, sim de uma afirmação da imperiosa necessidade de que o candidato tenha todas essas qualidades! Afinal, uma pessoa com uma tremenda responsabilidade como a de pastorear uma igreja de Jesus Cristo precisa ser verdadeiramente excepcional. Não é, portanto de se admirar que Paulo tenha dito em nosso texto áureo, que ele “glorificava o seu ministério”! Afinal, ser pastor é mais importante e difícil que ser o presidente de um país!

      Destaquemos algumas dessas qualidades exigidas:

1. “Irrepreensível... tendo bom testemunho dos que estão de fora...” (I Tim.3:2,7; Tito 1:6). Nunca o pastor poderá pregar algo que ele mesmo não pratica. O mundo logo descobrirá qualquer contradição em sua vida!
2. “Marido de uma só mulher” (I Tim.3:2; Tito 1:6). Não pode ser divorciado, desquitado ou separado da mulher.
3. “Que governe bem a sua própria casa... senão... terá cuidado da casa de Deus?” (I Tim.3:4; Tito 1:6). A família do pastor é muito observada pelo mundo, sendo que muitos pastores já fracassaram porque descuidarem de suas proprias casas!
4. "Apto para ensinar” (I Tim.3:2). Não basta ter conhecimento bíblico, é preciso ser capaz de transmitir idéias para os outros!
5. “Não espancador ou iracundo” (I Tim.3:3; Tito 1:7). Tem que ser uma pessoa bem calma, não do “tipo estourado”. Como o pastorado exige paciência!
6. “Não cobiçoso de torpe ganância, não avarento” (I Tim.3:3; Tito 1:7). Muitos já caíram na tentação de aproveitar-se do ministério para a obtenção de lucros!
7. “Não neófito” (recem-convertido, inexperiente) (I Tim.3:6). Em I Tim5:22 Paulo avisa a Timóteo que ele não deveria  “impor precipitadamente as mãos (em ato de consagração), nem participar dos pecados alheios”.  A consagração só deverá ocorrer depois que o candidato for amplamente provado pela irmandade e quando alguma igreja o chamar para pastor. Nunca alguém deverá ser consagrado somente pela vontade dele mesmo!! É necessário que o candidato seja aprovado tanto pelo Espirito Santo como pela própria igreja.

     Convém lembrarmos também que se um pastor vier a mostra-se indigno de ocupar o cargo, devido ao seu mau comportamento ou desvio doutrinário, a igreja que o consagrou tem pleno direito de destitui-lo, não somente do cargo como também do reconhecimento do seu pastorado, revogando ou anulando a sua certidão de consagração.

     Por quanto tempo um pastor deve ficar em determinada igreja? Existem igrejas batistas que chamam o pastor anualmente. Esta prática é bem condenável já que é o Espirito Santo quem coloca o pastor na igreja (Atos 20:28; Col.4:17) e ele é eleito pela vontade da própria igreja. Logicamente deveria ser eleito por tempo indeterminado.

     Se um pastor depois de um bom tempo concluir que o trabalho não prospera sob a sua direção, deverá tomar a iniciativa e renunciar voluntariamente ao cargo.

      D. A instrução do candidato

     Certa vez um pastor disse a um grupo de candidatos ao ministério: “É verdade que Deus não necessita da cultura de vocês, mas também é verdade que Ele não necessita da vossa ignorância!” É fato patente na Bíblia que Deus chama para a obra ministerial até mesmo a pessoas de pouca instrução (I Cor.1:26-31), mas não deveremos por causa disso concluir que deveremos permanecer sem cultura se tivermos condições de adquiri-la. Na verdade, o candidato ao ministério deverá aproveitar qualquer oportunidade para estudar e se preparar melhor para apresentar a Palavra de Deus ao povo.

     Quanto à sua instrução bíblica, as igrejas devem dar aos candidatos toda a oportunidade de aprender a “manejar bem a Palavra da verdade” por meio de ensinos particulares ou classes especiais ministradas pelos pastores. Apesar dos muitos abusos constatados em alguns seminários e escolas para obreiros, não devemos cair no extremo de desprezar ao próprio ensino! Os representantes de Jesus Cristo que ocupam os nossos púlpitos devem apresentar a mensagem da melhor maneira possível, contanto naturalmente com o indispensável apoio do Espirito Santo (I Cor.2:1-5)!

     Uma das vantagens do candidato que tem estudo e treino especial é a disciplina adquirida neste processo. Se ele não aprender a organizar o material que irá apresentar nas pregações, não poderá prender a atenção do seu auditório e nem cumprir a finalidade do pregador, que é a de “explicar o sentido” (Neemias 8:8).

      Que os candidatos resolvam dedicar-se a busca de um preparo completo e adequado para tão grandiosa obra!

      Questionário da Lição 35

1. As qualidades citadas pelo apostolo Paulo são apenas uma recomendação ou constituem necessidade indispensável para o candidato ao pastorado?
2. Por que o pastor precisa ter “um bom testemunho dos que estão de fora”?
3. Por que o pastor tem que saber governar a sua própria casa?
4. Um irmão convertido há seis meses pode ser escolhido para ser pastor?
5. Que espécie de instrução um candidato ao pastorado deverá possuir?