A Ordenança do Batismo (Continuação)3
Assunto: A Ordenança do Batismo (Continuação)3
Texto Básico: Atos 19:1-7.
Texto Áureo: Mateus 28:19-20.
Introdução
Nos séculos passados existiram certas igrejas chamadas pelos seus inimigos católicos e protestantes de “os anabatistas”, apelido que significa “os rebatizadores”. Foram assim chamadas porque não consideravam verdadeiro o batismo de criancinhas e por isso batizavam as pessoas que compreendiam isto e decidiam deixar de fazer parte das denominações que praticam este e outros erros. Como os batistas atuais, os Anabatistas negavam que praticassem um “rebatismo”, mas diziam: “Noscontentamos com um só batismo, o verdadeiro e bíblico. Acontece que o chamado batismo recebido por estas pessoas não pode ser aceito como sendo aquele único e verdadeiro.”
Olhemos agora ao único, mas muito interessante caso de “rebatismo” registrado na Bíblia em Atos 19:1-7.
A. Os doze homens eram discípulos de quem?
Um ponto de vista errado, mas que goza de aceitação entre a maioria dos evangélicos é o que afirma serem aqueles homens discípulos de João o Batista. Afirmam que eles foram batizados da primeira vez por João, mas tiveram que ser rebatizados por Paulo para receberem o “batismo cristão”, supostamente superior ao praticado por João.
Basta analisarmos o texto para percebermos facilmente o erro dessa posição. Quando Paulo chegou a Éfeso, encontrou ali “alguns discípulos” (Atos 19:1). Ele lhes perguntou se tinham recebido o Espírito Santo (isto é, os Seus dons) quando se converteram, ao que eles responderam que nem sabiam da existência do Espírito Santo (19:2). Foi por causa disto que Paulo lhes perguntou: “Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João” (19:3, versão atualizada). Nesta altura, tornou-se evidente que eles não tinham sido batizados por João mesmo, pois “João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cressem naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus” (19:4). Fica evidente então que eles nunca tinham ouvido o próprio João pregar, pois pregava a respeito da vinda de Cristo e do Espírito Santo. Não temos certeza, portanto sequer se eles eram realmente crentes! É provável que tenham sido batizados por algum discípulo de João, talvez por Apolo, um pregador que havia passado por Éfeso “conhecendo somente o batismo de João” (18:25), até conhecer o casal Priscila e Áquila e por eles ser instruído (18:26). É interessante notarmos que Apolo mesmo não precisou ser rebatizado, visto ter recebido o verdadeiro batismo de João. O seu batismo era legitimo, mas ele não era um legitimo batizador!
Após os doze discípulos receberem instruções de Paulo, “foram batizados em nome do Senhor Jesus” (19:5). Eles rejeitaram a imersão espúria que possuíam, aceitando a correta e verdadeira. Para que o primeiro batismo deles tivesse sido válido, faltaram três das quatro condições necessárias: a) um candidato bíblico – pois não eram realmente convertidos a Cristo; b) uma finalidade bíblica para o seu batismo; c) um ministrante devidamente autorizado, pois nenhum discípulo de João foi por ele autorizado a dar continuidade ao seu batismo. João recebeu de Deus a autoridade para batizar (João 1:33) e somente reconheceu ter Jesus Cristo a autoridade para também fazer isso (João 3:22-36). Somente o próprio Cristo pôde dar esta continuidade, batizando aos convertidos pelas mãos dos Seus apóstolos (João 4:1,2). Foi então o verdadeiro batismo, o mesmo que João havia ministrado, que o apostolo Paulo ministrou àqueles homens “em nome (pela autorização) do Senhor Jesus Cristo” (19:5).
Aqueles doze discípulos de Atos 19:1-7 entraram na historia sagrada como um exemplo permanente para aqueles cujo batismo também tenha sido irregular: devem procurar repetir o ato pelas mãos de um ministrante autorizado por uma igreja neotestamentária em origem e doutrina!!!
B. O que é “Batismo Alheio”
Chamamos de “batismo alheio” a qualquer batismo que não cumpra todas as quatro condições já estudadas para que ocorra um batismo bíblico. Refere-se principalmente aos batismos realizados por qualquer organização ou igreja que não seja uma igreja batista, mesmo que tenham sido por imersão. A pergunta de Paulo “Em que, pois, fostes batizados?” (19:3) revela que a doutrina defendida pelo ministrante tem importância decisiva para a validade de um batismo. Por isso cremos que os batismos ministrados por uma igreja verdadeira, porem desviada em doutrina, perdem legitimidade e não são válidos, como também os realizados por igreja de qualquer seita ou denominação criada depois da época de Jesus. Comparemos as origens de algumas denominações:
IGREJA
Católica Constantino Itália
Luterana Martinho Lutero Alemanha 1520
Episcopal
Presbiteriana
Congregacional
Metodista João Wesley Inglaterra 1739
Igreja de Cristo
Mórmon Joseph Smith Estados Unidos 1843
Adventista William Miller
Testemunhas de Jeová Charles Taze Russell
Pentecostal A J. Tomlinson Estados Unidos 1903
Congregação Cristã Luiz Francescon Brasil 1909
Assembléia de Deus Um grupo de pastores pentecostais Estados Unidos 1914
Evangelho Quadrangular Aimee S. Macpherson
Brasil para Cristo Manoel de Melo Brasil 1950
Deus é Amor
Universal do Reino de Deus Edir Macedo Brasil 1976
Internacional da Graça de Deus Romildo Ribeiro Soares Brasil 1982
Igreja Renascer em Cristo Estevam Hernandes
Comunidade Paz e Vida Juanribe Pagliarin Brasil 1996
Batista Jesus Cristo Judéia 30
A tabela acima mostra que todas as denominações exceto os Batistas, possuem fundadores humanos e datas de fundação, muito posteriores à época de Cristo. Embora muitos tenham empenhado esforços no sentido de apontar para os Batistas algum fundador humano e data de fundação posterior a Cristo, falharam por total falta de uma base histórica.
Poderíamos citar aqui muitos testemunhos históricos comprobatórios da origem apostólica dos batistas, mas o espaço permite somente uma. A pedido do Rei da Holanda, os eruditos Dr. Ypeij e Dr.Dermont, ambos pertencentes à Igreja Reformada Holandesa, fizeram uma pesquisa a respeito da origem dos batistas holandeses. Suas conclusões publicadas em 1819 foram resumidas no seguinte testemunho: “Temos agora visto que os Batistas, antigamente chamados Anabatistas, e mais tarde Menonitas, foram os antigos Valdenses... Por isso. Os Batistas podem ser considerados a única comunidade cristã que tem permanecido desde os dias dos apóstolos e como sociedade cristã, tem conservado puras as doutrinas do Evangelho através de todos os séculos”. Trata-se de uma confissão verdadeiramente espantosa por parte de adversários do povo batista!!!
Como vimos acima, pela razão de serem os continuadores das igrejas apostólicas, os Batistas recusam o batismo ministrado por qualquer outra denominação. Aliás, seria uma incoerência de agissem de outra maneira!
C. Quando o Batismo deverá ser “repetido”?
Estas são as situações que justificam a necessidade de um segundo batismo:
- Se uma pessoa se converte somente depois de ter sido batizada, pois o batismo é só para os já crentes.
- Se uma pessoa foi batizada ainda bebê, não importando o modo como foi feito, pois já vimos que o batismo infantil é anti-bíblico.
- Se o batismo não foi realizado por imersão (unção, aspersão), já que mergulhar o corpo é o único modo bíblico.
- Se foi ministrado por qualquer outra denominação ou movimento “interdenominacional”, por falta de autoridade bíblica.
Se algum crente após estudar esta lição e examinar o batismo que recebeu, descobrir que ainda não foi batizado biblicamente, aconselhamos a renunciar qualquer orgulho pessoal e pedir o verdadeiro batismo numa igreja batista neotestamentária, para que possa ser um discípulo obediente de Cristo!!!
Questionário da lição 27
- Quem eram os Anabatistas?
- Os doze discípulos de Atos 19:1-7 tinham realmente o batismo de João, antes do encontro com Paulo?
- O que nos ensina o rebatismo dos doze?
- O que é “batismo alheio”?
- Qual a única denominação que não tem fundador humano?
- Os Batistas devem reconhecer como válido o batismo de qualquer seita ou denominação fundada depois dos tempos de Cristo?