A Ordenança da Ceia

 Assunto: A Ordenança da Ceia

 

Texto Básico: “E tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lhe, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” (Luc. 22:19)

 
 

    Introdução

 

      A Ceia do Senhor só perde em importância para o Batismo, merecendo, portanto, ser valorizada e receber a maior atenção. Como acontece com o Batismo, esta ordenança infelizmente também tem sido sujeita a muitos abusos e mal-entendidos. Por um lado há quem lhe confira valor sacramental, fazendo dela um meio de alcançar ou pelo menos de conservar a salvação. Por outro lado existem crentes verdadeiros que não dão a mínima importância à Ceia, pois como não é necessária para a salvação, acham que pode ser dispensada. Os dois pontos de vista estão errados, pois embora ela realmente não seja um meio de salvação, convém lembrar que o próprio Senhor Jesus deixou este mandamento: “Fazei isto em memória de mim.”! (Luc. 22:19)  Basta esta ordem dEle para tornar esta questão de grande importância para o crente!

 

      A. A instituição da Ceia

      Para deixar claro o significado da Ceia, Cristo a estabeleceu bem na véspera da Sua morte, fazendo assim com que houvesse uma ligação nítida entre a Ceia e a Sua morte sacrificial na cruz. O fato ocorreu durante a celebração da Páscoa, festa anual celebrada pelos israelitas desde que saíram do Egito (Êxodo 12). Moisés havia ordenado que cada família matasse um cordeiro sem defeito, aplicasse o sangue na porta de sua casa (Êxodo 12:7) e depois o comessem assado com ervas amargas e pães ázimos (Êxodo 12:8). Os israelitas foram então mandados repetir aquilo de ano em ano como memorial da sua libertação e salvação, pois, quando o anjo do Senhor passou pelo Egito matando os filhos mais velhos de cada família, foram poupados os primogênitos israelitas por causa do sangue aplicado nas portas (Êxodo 12:12,13). Cada geração deveria ensinar aos seus filhos a respeito do significado daquele memorial (Êxodo 12:25-27).

      Tudo isso antecipava simbolicamente a morte sacrificial e redentora de Cristo (I Cor. 5:7). Por isso, prestes a morrer, Jesus substituiu os tipos (cerimônias e sacrifícios) que simbolizavam a Sua morte, pondo fim àquele velho memorial da Páscoa e estabelecendo um outro para os Seus discípulos. Assim eles poderiam ter na simples cerimônia da Ceia uma adequada lembrança da Sua morte e da promessa de Seu retorno (I Cor. 11:26).

 

      Deus mandou que a Páscoa fosse celebrada em unidades familiares (Êxodo 12:3,4). Entretanto Jesus não celebrou aquela Páscoa com a Sua mãe e os Seus irmãos, mas exclusivamente com os doze apóstolos, pois planejava instituir a Ceia com os membros da Sua igreja (Luc. 22:13-16). De fato, naquela noite ao final da celebração pascoal, ele utilizou alguns dos elementos que estavam na mesa e com eles instituiu o novo ato memorial.

 

      B. O que é necessário para se poder tomar a Ceia biblicamente

      Como acontece no caso do Batismo, existem várias condições indispensáveis para que seja realizada a Ceia de acordo com as normas do Novo Testamento. É muito comum ouvir-se a seguinte expressão entre os evangélicos: “A Ceia é do Senhor!” Concordamos plenamente, mas parece que é possível tirar conclusões diferentes de tal expressão. Alguns raciocinam assim: “Visto que a Ceia é do Senhor, então ninguém tem o direito de limitar ou restringir os participantes, cabendo a cada denominação ou crente o direito de tomá-la como achar por bem”. Mas para os Batistas, a mesma expressão significa que como a Ceia tem dono, torna-se obrigatório celebrá-la rigorosamente de acordo com Sua vontade e instruções, não tendo nenhum crente ou denominação o direito de modificá-la ou permitir que dela participe uma pessoa não preparada biblicamente.

      Por causa deste nosso zelo, chamam a Ceia celebrada pelos Batistas de “ceia fechada” ou “restrita”. Na realidade nós não “fechamos” a Ceia a ninguém, pois todos podem participar dela se vierem de acordo com as instruções do próprio Senhor, pois todos que tomam a Ceia numa igreja batista tiveram que cumprir as mesmas exigências bíblicas. Que ninguém se atreva a imaginar que possa chegar à mesa do Senhor desprezando as condições impostas pela Bíblia!!!

 

     Estudaremos agora quais são as condições ou restrições indicadas na Palavra de Deus.

 

     1. A Ceia é restrita quanto aos elementos. Não se pode tomar a Ceia com qualquer pão ou bebida. Ao instituir a Ceia, Cristo tomou um dos pães que estavam na mesa preparada para a Páscoa. Não há a menor possibilidade de que aqueles pães não fossem ázimos, ou seja, sem fermento (Êxodo 12:18-20; 13:7). O apostolo Paulo exorta a igreja em Corinto para que se tornassem de fato sem fermento, celebrando a Ceia com pães ázimos (sem fermento) e uma igreja pura (I Cor.5:6,7).

     Para determinar qual a bebida usada naquela ocasião, o Velho Testamento não pode nos ajudar, pois a Lei não determina o uso de nenhuma bebida para a Páscoa. Freqüentemente usam a palavra “vinho” para descrever o que foi tomado na primeira Ceia, mas o Novo Testamento usa apenas as expressões “o cálice” (I Cor.11:25) e “ofruto da vide” (Mat. 26:29; Mar. 14:25; Luc. 22:18). Como a Bíblia toda condena o uso de bebidas alcoólicas, é muito improvável que a bebida da Ceia fosse vinho com álcool. Por outro lado, a Bíblia deixa claro que beberam do suco extraído da fruta produzida pelas videiras ou parreiras, que nada mais é do que simplesmente suco de uva.

     São estes os elementos usados pela maioria das igrejas batistas para celebrarem a Ceia, mas sabemos que algumas delas já se desviaram para práticas anti-bíblicas, usando biscoitos ou pedacinhos de pão de forma em lugar de um pão ázimo e água ou outra bebida qualquer ao invés do suco de uva. Uns bebem vinho mesmo, obrigando os irmãos que foram viciados em bebidas alcoólicas a quebrarem o voto que fizeram de nunca mais ingerirem álcool! Outros, de tão confusos, usam um tipo de “vinho especial sem álcool” vendido em algumas livrarias evangélicas, pois querem “vinho” no rótulo e “suco” na garrafa! 

 

     Na próxima lição continuaremos a examinar as condições bíblicas para a celebração da Ceia do Senhor. Que estejamos dispostos a obedecer ao nosso Senhor em tudo o que diz respeito a este importante assunto!

 

      Questionário da Lição 28.

    1. A celebração da Ceia pode ser dispensada ou observada como os crentes quiserem? 
    2. Qual era o significado da Páscoa para os israelitas?
    3. A Páscoa era um tipo de que acontecimento futuro e quando esse tipo foi substituído?
    4. Quais são as provas bíblicas de que o pão da Ceia tem que ser sem fermento?
    5. Porque acreditamos ser o suco de uva a bebida mais adequada para a Ceia?