O Diácono

 Assunto: O Diácono

Texto Básico: I Tim. 3:8-13

 

Texto Áureo: “Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si boa posição, e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.” (I Tim.3:13).

 

Introdução

 

      “Diaconato” quer dizer “serviço” ou “ministério”. Como já observamos em lições anteriores, todos os dons outorgados pelo Espírito Santo a Igreja visam à edificação dos crentes (Ef. 4:12; I Ped. 4:10,11; Rom. 12: 3-8). Chama-se portanto, de "ministério" a qualquer serviço feito em beneficio dos irmãos e a “ministro” (tradução da palavra grega “diákonos”) a qualquer servo de Deus. Ainda na época apostólica criou-se um cargo especial, com funções bem definidas, chamado “diaconato”. Conforme Fil.1:1,“bispos” (pastores) e “diáconos” constituem dois cargos administrativos. São mencionados juntos e com “diácono” em segundo lugar, sugerindo que os diáconos eram ajudantes dos pastores. O alcance do ministério diaconal é o assunto desta lição.

 

      A. A importância do Diaconato

      Em algumas igrejas batistas o oficio de diácono tem sido tão menosprezado que já se deixou de consagrar diáconos e passaram a eleger irmãos para servirem à igreja de ano em ano. Em uma dessas igrejas, chegou-se a comentar que não havia nenhum varão que ainda não tivesse servido alguma vez como diácono! Lembremos que os primeiros diáconos foram consagrados pela imposição das mãos do presbitério (Atos 6:6), do mesmo modo que os pastores.

      Visto que na época apostólica o dom do Espírito Santo era outorgado pela imposição de mãos, o que deixou de acontecer, alguns expositores da Bíblia negam a necessidade dessa cerimônia de consagração para os diáconos. Mas poderemos facilmente perceber o erro desse pensamento ao constatarmos que os diáconos tinham que ser homens já cheios do Espírito Santo antes da imposição das mãos (Atos 6:3). A cerimônia de imposição das mãos indicava então a separação e dedicação do obreiro para exercer o cargo em caráter permanente. Por outro lado, a mesma cerimônia também ocorria pelas mãos dos apóstolos quando da concessão dos dons temporários do Espírito Santo, tais como falar em línguas etc.

      Um diácono só poderá ser destituído de seu cargo se deixar de apresentar as qualidades necessárias ou se deixar de cumprir fielmente com os seus deveres, podendo inclusive a sua consagração ser revogada se ele tornar-se indigno através da prática do pecado.

 

      Ao receber por carta de transferência a um irmão que era diácono onde era membro, a igreja não é obrigada a reconhecê-lo e empossá-lo como seu diácono, a não ser que tenha necessidade do seu serviço nessa função. Neste caso basta uma simples votação da igreja, pois não é preciso outra consagração. 

 

      B. Os deveres do Diácono

      Antes de tudo lembremos que os primeiros diáconos foram consagrados para aliviar o peso da responsabilidade dos pastores e não para aumentá-lo! O diácono não deve pensar que foi eleito para aconselhar e dirigir ao seu pastor, como se tivesse o direito de ficar ofendido se os seus conselhos não forem acatados! O diácono não é um tipo de pastor e simplesmente a direção espiritual da igreja não faz parte das suas funções.

      O diácono não deve nunca ser a causa de divisão ou surgimento de facções na igreja. Ele precisa é cooperar sempre com o pastor a fim de sanar os problemas em vez de criar outros! É preciso lembrar que no exercício das suas funções o diácono é sempre um servo da igreja, só podendo fazer o que lhe for autorizado, nunca agindo com autonomia no uso do dinheiro da igreja nem jamais indo alem dos limites estabelecidos.

      Na pioneira igreja em Jerusalém, muitos membros ricos entregavam voluntariamente grandes somas de dinheiro para serem distribuídas entre os membros necessitados, principalmente as viúvas. À medida que o numero de membros foi aumentando, os apóstolos ficaram tão sobrecarregados que mesmo com sacrifício do ministério da Palavra, não conseguiam cuidar dessa distribuição com eficiência. Reuniram então a igreja toda, apresentando a seguinte recomendação: “Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas” (Atos 6:2). Recomendaram que a igreja escolhesse sete irmãos capazes e espirituais para serem os “bispos” (encarregados) desse serviço (Atos 6:3), liberando assim totalmente os lideres espirituais para o ensino da Palavra e as orações (Atos 6:4). Como a igreja acatou esta orientação, sete irmãos foram escolhidos e consagrados pela imposição das mãos (Atos 6:5,6) e o resultado foi muito bom pois a igreja cresceu bastante (Atos 6:7).

 

      Apesar da palavra “diácono” não ser encontrada em Atos 6:1-6, todos concordam que é aqui que se registra o surgimento do ministério diaconal. Nesta passagem, o termo “ministério” (“diaconato” em grego) aparece duas vezes, a primeira referindo-se à distribuição diária de alimentos aos necessitados (Atos 6:1) e na segunda, ao ministério espiritual dos pastores, o que deixa clara a distinção existente entre as suas funções. No verso 2  encontramos o verbo “ministrar”, que pode perfeitamente ser traduzido como “servir” ou “diaconar”, tornando assim claro que o dever do diácono é o de servir às mesas!

 
 

     São elas:

  1. A mesa dos necessitados. O diácono deve observar sempre a situação de todos os membros, avisando ao pastor e depois a igreja sobre os casos urgentes. Para isto precisará de bastante sabedoria (Atos 6:3), pois nem todo caso de pobreza requer a assistência da igreja.

       Às vezes entram nas igrejas pessoas que procuram viver as custas dos irmãos, apesar de terem condições de sustentarem a si próprias! Mas onde houver enfermidade e outros casos dignos de atenção, o diácono deverá coordenar a cooperação da igreja para aliviar a situação. Naturalmente, não se espera que o diácono cuide sozinho destes casos – a igreja terá que suprir as necessidades, lançando mão de seus fundos ou através de ofertas especiais.

  1. A mesa do Senhor. Refere-se à Ceia do Senhor e cabe ao diácono se certificar que todos os preparativos foram providenciados: o pão sem fermento feito especialmente para a ocasião, o suco de uva e os vasilhames necessários. É claro que as despesas com estes preparativos sairão dos fundos financeiros da Igreja, mas o diácono tem a responsabilidade de verificar que tudo esteja preparado corretamente e a tempo.
  2. A mesa do Pastor. O diácono não sustenta o pastor do seu próprio bolso, pois é a igreja quem tem a responsabilidade de dar-lhe um salário adequado (Gal. 6:6). Cabe porém, ao diácono ser um incentivador para que a igreja cumpra com este seu privilégio.

     Os diáconos precisam ter uma compreensão das necessidades do pastor e do quanto ele precisa ganhar para realizar a obra pastoral sem apertos financeiros. Um pastor tem muitas despesas extras e especiais no desempenho das suas funções e por isso compete ao diácono interessar-se em conhecer as necessidades peculiares do pastor e também fazer a igreja concientizar-se delas. A própria igreja será a grande beneficiada se cooperar com os diáconos para juntos cuidarem para que a mesa do pastor seja bem servida!

 

     Ademais, convém observar que todos os assuntos de ordem material da igreja fazem parte da responsabilidade e dos deveres de um diácono. Projetos de construção de templo e/ou casa pastoral, compra de terreno para a igreja etc, tudo faz parte da área diaconal. Naturalmente haverá ocasiões em que o diácono não poderá fazer tudo sozinho, mas da mesma maneira que o pastor é o “bispo” (supervisor) de todos os ministérios espirituais para que sejam desenvolvidos de um modo correto e bíblico, assim também o diácono deverá superintender tudo quanto se faz na área material, certificando-se de que tudo está sendo realizado biblicamente e com eficiência.

 

          Questionário da lição 36.

  1. Conforme a explicação dada na lição, por que é necessária a consagração dos diáconos?
  2. Mencione algumas coisas que não estão incluídas nos deveres de um diácono.
  3. Explique por que motivo foram eleitos os primeiros diáconos na igreja em Jerusalem.
  4. Quais são as três mesas que deverão ser servidas pelos diáconos?